domingo, 8 de abril de 2012

O rio flui entre as montanhas

O RIO FLUI ENTRE AS MONTANHAS

O rio flui entre as montanhas imóveis,
com seus rochedos cinzentos de joelhos
como velhos mortos de fadiga.

O silêncio flui com a água sobre a nudez da terra
que flui com a carne da morte, 
como se da mesma fonte
entre os pássaros e os bois no pasto.

Tanta noite e somos manhã
e somos estranhos fluindo com a água da dor,
cantando a música do inverno,
essa brancura de gelo e inanição.

A morte lava o meu suor, as minhas feridas, a minha
angústia e sou polido pelas pedras, 
por este chão familiar e estranho 
– e reconheço outro ser em mim, 
nesta desolação.

A limpidez das coisas e o sentimento de exílio,
enquanto a beleza flui com o rio
e suas águas claras e seu espelho
de ausência imóvel no dia longínquo,
rio fluindo, como a vida, 
da ponta dos dedos.
(Desconheço a autoria)
Favor se alguém conhecer a autoria deste poema, registrar um comentário.

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